AS DUAS RENDIÇÕES DA ALEMANHA
Os livros de História (do Ocidente) marcam o dia 8 de maio de 1945 como a rendição da Alemanha, encerrando a Segunda Guerra Mundial. Porém, atrás desse fato, há uma outra história: a disputa entre os Aliados - de um lado EUA, França e Reino Unido, e de outro, a URSS - sobre quem obteria a rendição oficial da Alemanha.
OS FATOS: Alguns dias antes, em 30 de abril, Hitler diante da aproximação do Exército Soviético e da derrota iminente, cometeu suicídio. No dia 2 de maio, os soviéticos conquistaram Berlim, consolidando a vitória sobre os alemães e levando 70 mil soldados nazistas a se renderem diante do Exército vermelho.
Hitler havia designado Karl Dönitz, um almirante naval e ardente nazista, como seu sucessor no caso de sua morte. Ao contrário do que Hitler desejava, Karl Dönitz não governou a “nova Alemanha”, mas sim ajudou na sua dissolução. Delegou a Alfred Jodl, chefe do Alto Comando das Forças Armadas, para negociar a rendição de todas as forças alemãs com o general Dwight D. Eisenhower.
Na cidade francesa de Reims, Alfred Jodl assinou o cessar-fogo que entraria em vigor às 23h01 de 8 de maio. O documento que oficializava a rendição foi replicado em quatro idiomas: alemão, inglês, francês e russo, e enviado para aprovação dos Aliados em Londres, Paris e Moscou.
Stalin ficou enfurecido. Queria uma parte maior do crédito pelo fim da guerra. Afinal, foram os russos que entraram primeiro em Berlim. O líder soviético alegou que Alfred Jodl não tinha autoridade para assinar a rendição e que o local da assinatura deveria ser Berlim, a capital do Terceiro Reich. Proibiu que a rendição de Reims fosse noticiada pela imprensa soviética. Exigiu nova rendição, o que ocorreu no dia 9 de maio, em Berlim, com a assinatura do marechal de campo Wilhelm Keitel, comandante supremo de todas as forças alemãs.
Até hoje, os russos comemoram o dia 9 de maio como o Dia da Vitória. No resto do mundo, porém, o Dia da Vitória na Europa é comemorado no dia 8 de maio.
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