Esse é um registro
daquela que é considera a primeira favela do Brasil - O Morro do Pinto, em
Santo Cristo, no Rio de Janeiro, por volta de 1910.
Porém, o nome
"favela" não tem nada a ver com esse morro. O nome provavelmente vem
de uma árvore do cerrado e caatinga.
Mais ou menos entre
1896 e 1897, um grande número de sertanejos, liderados por Antônio Conselheiro,
fundaram a comunidade de Canudos no interior da Bahia. Canudos ficava perto de
um monte chamado ‘Morro da Favela’.
O morro assim era
chamado porque lá cresciam muitas favelas, plantas euforbiáceas espinhosas,
xerófilas, bastante resistentes à estiagem. ‘Favela’ é diminutivo de fava
(planta leguminosa, como os feijões), assim como ‘barbela’ é de ‘barba’ e
‘costela’ é de ‘costa’. É que suas sementes são parecidas com às da fava.
O gênero
significa ‘espinho urticante’ (do grego ‘knídos’: urtiga; ‘skólos’: espinho). O
epíteto específico significa ‘folha de carvalho’.
Mas o nome comum,
favela, apareceu, entretanto, por escrito só em 1902 na obra ‘Os Sertões’ de
Euclides da Cunha.
Nesse livro, Euclides
explica a Guerra de Canudos, o conflito entre os seguidores de Conselheiro e o
Exército Brasileiro, e cita, em certos trechos, tanto a favela quanto o Morro
da Favela. Depois do massacra de Canudos, os soldados voltaram para o Rio de
Janeiro, então capital republicana.
Após a guerra,
deixaram de receber seus salários, e, por falta de melhores condições, foram
obrigados a se instalar em barracos nos morros da cidade sem nenhuma
infraestrutura. Os primeiros foram no atual ‘Morro da Providência’, que,
relembrando o Morro da Favela, em Canudos, passou a chamar simplesmente de
‘favela’.
Com o tempo, qualquer
aglomerado habitacional, de materiais improvisados, onde moram pessoas de baixa
renda passou a ser chamado assim, mesmo que não seja num morro.
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