Cerca de 180 trabalhadores que eram submetidos a condições análogas à escravidão em vinícolas de Bento Gonçalves (RS) foram resgatados em uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério do Trabalho. Os funcionários disseram que estavam sem receber salários, tinham jornadas exaustivas e sofriam agressões físicas. Também contraíam empréstimos mediante cobrança de juros abusivos do empregador.
Eles trabalhavam na empresa Oliveira & Santana, que, segundo a gerência regional do Ministério do Trabalho, fornecia mão de obra terceirizada para vinícolas como Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi. As três produtoras de vinho afirmam que desconheciam qualquer irregularidade.
O dono da Oliveira & Santana, que não teve seu nome divulgado, foi preso em flagrante. A operação também teve parceria do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Rodoviária Federal e foi deflagrada a partir de uma denúncia de trabalhadores que conseguiram fugir do alojamento e procuraram a PF em Porto Alegre.
De acordo com a PF, eles eram recrutados no Nordeste, principalmente na Bahia. Segundo relatos, os trabalhadores recebiam comida imprópria para consumo, só podiam comprar produtos em um único estabelecimento, com desconto salarial e preços elevados, e eram mantidos vinculados ao trabalho por supostas dívidas contraídas com o empregador.
Arma de choque apreendida
A fiscalização constatou as condições insalubres do alojamento. Foram apreendidos uma arma de choque e um spray incapacitante.
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