Greve de Uber

Motoristas de aplicativo prometem paralisação nacional contra Uber e 99 
Movimento contra o trabalho precário denuncia cobrança de taxas de até 60% pelas plataformas e corridas que não pagam despesas dos condutores

Motoristas de aplicativos protestam contra precarização do trabalho, baixo valor da tarifa e taxas de até 60% cobradas pela Uber e 99



Motoristas de aplicativos prometem realizar paralisação nacional no dia 15 de maio contra a Uber e a 99, maiores plataformas de mobilidade urbana no país.

Até o momento, trabalhadores de 16 estados confirmaram adesão ao movimento que reivindica valores mínimos de R$ 10,00 para corridas de até três quilômetros e R$ 2,00 por quilômetro rodado.

Eles ainda querem que o desconto máximo das plataformas não ultrapasse 20% da tarifa.
Carina Trindade, dirigente do Simtrapli/RS

A organização para o dia de protesto contra o que chamam de precarização de trabalho praticado pelas plataformas foi deflagrada nas redes sociais, em especial em grupos de comunicação via whatsapp.

Os relatos são de cobranças de até 60% por parte das plataformas e corridas de R$ 1,00 por quilômetro rodado.

Além de deixar os aplicativos desligados por 24 horas, a ideia das lideranças é a promoção de carreatas até a frente das sedes da Uber e 99 distribuídas pelo país.

Em Porto Alegre, os motoristas acrescentaram uma demanda que acaba revelando um dos riscos do seu trabalho.

Eles querem que a Uber suspenda o bloqueio de uma colega que foi agredida por fazer a entrega de celular esquecido por duas passageiras em Esteio após ter finalizado outra corrida.

A concentração na capital gaúcha inicia às 8h no estacionamento do estádio Beira-Rio, na avenida Padre Cacique.

“Há 15 dias fizemos uma manifestação. Fomos na 99 e na Uber e levamos uma carta de reivindicações. Não recebemos resposta até o momento”, diz Carina Trindade, presidente do Sindicato dos Motoristas de Transporte Individual por Aplicativo do Rio Grande do Sul (Simtrapali/RS).

Regulação
Luiz Corrêa, presidente do Sindmobi
Foto: Acervo Pessoal


Luiz Corrêa, presidente do Sindicato dos Prestadores de Serviços por Meio de Aplicativos e Softwares para Dispositivos Eletrônicos do Rio de Janeiro e Região Metropolitana (Sindmobi) declara que os motoristas também estão atentos às discussões que estão sendo travadas pelo governo Lula para regular o trabalho por aplicativo no Brasil.

“Queremos o nosso ganho mínimo na proposta de regulamentação. Se o motorista não fizer conta, ele está pagando pra trabalhar”, afirma.

Carreatas até as sedes das plataformas
Na capital fluminense, a concentração também se inicia às 8h. Os motoristas cariocas sairão do Aeroporto Santos Dumont rumo às sedes da Uber (rua Luís Vidal, bairro Anchieta) e da 99 (Centro) em carreata pela orla.

As lideranças do movimento trabalham para que o maior número possível de carreatas seja realizado, além dos “aplicativos off” por 24 horas, mas as agendas do movimento ainda estão sendo discutidas em cada localidade.

É o caso de São Paulo, que tem a capital com o maior número de motoristas de aplicativo no Brasil, cerca de 200 mil.

“Ainda estamos definindo o local de concentração, mas vamos, sim, fazer a movimentação”, afirma Leandro da Cruz, presidente do Sindicato dos Trabalhadores com Aplicativos de Transporte Terrestre de São Paulo (Stattesp).

Fonte: extra classe . Org 

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